Farmácia

Era meia hora
para às 19 horas,  precisava adquirir
medicamento para os olhos, mas antes, necessitava me desfazer do falastrão que
aboletou-se na cadeira da mesa na cozinha, contado histórias sem sentido,
inventando uma renda inimaginável para quem não tinha rendimento, parecia muito
bom, mas não tinha eco algum na realidade. Minha tia mais velha, irmã desse
falastrão, meu tio,  o convidou para ir
ao quintal colher temperos para sopa, minha chance, quando saíram da
cozinha, fui direto para o quarto peguei minha carteira e sai pela
porta da sala sem ninguém me ver.

Finalmente livre das intervenções
mentirosas e delirantes do meu tio, desço a rua viro a esquina,  logo adiante,
mais duas quadras, vejo a farmácia aberta; – O  Zé tá parado na porta, parece que
não tem movimento, vai ser rápido.

Doce ilusão, pretendia pagar com
meu cartão de crédito, não dava, Zé me conta que estavam sem internet, telefone
e que a energia elétrica havia voltado fazia pouco tempo.

Meus olhos começam a arder, o
clima está seco, apesar da noite fresca, a umidade do ar está muito baixa,
enfim, entro na farmácia, Zé vem logo atrás, o umidificador está ligado, paro
bem em frente, enquanto sinto a umidade aliviar minha horrível sensação, Zé,
que já sabia o que tinha vindo buscar, vai pegar o medicamento.

Zé pergunta se quero colocar o CPF
para ter desconto, digo que não, ele insiste, eu também ínsito na negativa,
depois de três tentativas me “emputeço” e digo;

– Porra Zé, me vende essa merda, toma o
dinheiro me da o troco e pronto.

Publicado por escritosfotografos

Um blog para deleite dos olhos...

Deixe um comentário

Crie um site como este com o WordPress.com
Comece agora